Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo contestam afirmação de Tarcisio sobre controle do PCC nos presídios

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo lançou uma nota em seu site em resposta à uma afirmação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tarcísio declarou que a facção criminosa PCC não possui mais controle sobre os presídios. O sindicato respondeu à afirmação, e disse que o governador "embarca em uma realidade paralela". A organização afirma que seria melhor que Tarcísio "se informasse melhor", porque "das gaiolas para dentro quem comanda ainda é o crime organizado".

Ainda na nota, a organizaçã afirmam que as facções têm se fortalecido pelo "descaso de seu governo", mencionando uma diminuição na quantidade de policiais penais nos presídios paulistas. 

"Será que o governador realmente acredita que com um policial tendo que tomar conta de 2, 3 pavilhões com 200, 300 presos cada um, as facções não controlam mais o que acontece dentro de cada pavilhão habitacional das unidades prisionais paulistas?", diz a nota.

Os funcionários afirmam que todas as relações nos presídios são mediadas por membros da facção: "Dentro de seu luxuoso palácio não chega a informação de que um preso sequer pode falar diretamente com um policial penal, tendo que fazê-lo por meio de intermediários que são faccionados?".

O governador fez a declaração num evento destinado ao balanço de três anos de sua gestão. "E quem fala: 'há um controle das facções nos presídios', não há, não há mais. Esse tempo passou, hoje o controle é do estado. O estado comanda os presídios.", disse Tarcísio.

O gestor não citou especificamente o PCC, mas a facção é considerada o principal grupo criminoso do estado.