Hytalo Santos e marido são denunciados por trabalho análogo à escravidão
Investigação aponta que menores eram submetidos a isolamento, controle e não eram remunerados.

Foto: hytalosantos/Instagram
O Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciou o influenciador Hytalo Santos Israel Vicente, o marido dele, conhecido como Euro, por tráfico de pessoas para exploração sexual e trabalho em condições análogas à escravidão. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (12).
A denúncia faz parte de outra investigação contra o influenciador, diferente da esfera criminal, na qual ele já responde por produzir conteúdos de exploração sexual envolvendo adolescentes. Segundo o MPT, há indícios de que Hytalo adotava práticas irregulares com menores, principalmente porque eles moravam em sua casa e eram submetidos a jornadas de trabalho.
O órgão aponta as seguintes condutas:
Isolamento do convívio familiar;
Confisco de meios de comunicação com o mundo externo;
Ausência de convívio social mais amplo;
Cerceamento da liberdade de ir e vir;
Rígido controle sobre sua rotina;
Agenda exaustiva de gravações, inclusive com privação de sono;
Ausência de remuneração;
Supressão da autonomia individual;
Ausência de autonomia financeira;
Coação psicológica (ameaça permanente de descarte);
Ingerências sobre a definição de sua identidade de gênero e sua orientação sexual.
O MPT relata que os adolescentes foram expostos de forma sexualizada nas redes sociais, participando de festas e frequentando locais incompatíveis com a idade, além da monetização das suas imagens. Foi apontado também que a realização de procedimentos estéticos volta a potencializar o apelo sexual.
O MPT afirmou que é irrelevante o fato de que os adolescentes e pais tenham consentido com as práticas, visto que as vítimas não tinham condições de reconhecer a violência sofrida porque estão sujeitas a benefícios do influenciador.
A Justiça do Trabalho pediu bloqueio dos bens que podem alcançar 20 milhões de reais do casal. O portal G1 entrou em contato com a defesa dos influenciadores, que informou que enviaria uma nota. Até a última atualização desta matéria, o posicionamento não havia sido encaminhado.


