Sasha Meneghel entra para a Forbes Under 30 e reposiciona o debate sobre luxo autoral no Brasil!
Para a estrategista de marcas Tamara Lorenzoni, a trajetória da fundadora da Mondepars evidencia um tipo de maturidade raro na construção de marcas jovens

Foto: Divulgação
Sasha Meneghel passa a integrar a lista Forbes Under 30 - edição 137, na categoria Artes Plásticas, Fotografia & Moda. O reconhecimento vem acompanhado de algo mais relevante do que o título em si: a consolidação de um projeto que nunca operou no campo da pressa.
À frente da Mondepars, Sasha construiu uma marca que atua na interseção entre arte, desejo e moda, apresentando-se com clareza desde o início. Alfaiataria precisa, paleta contida, silêncio visual. Nada ali parece buscar validação externa ou adesão imediata. A identidade se sustenta sozinha, e isso, no luxo, diz muito.
Há paralelos evidentes com marcas internacionais que escolheram o mesmo caminho, como a The Row: menos espetáculo, mais controle; menos tendência, mais forma. Não se trata de estética copiada, mas de afinidade de pensamento. Marcas que entendem o luxo como edição rigorosa, não como excesso.
A abertura da primeira loja física da Mondepars, no JK Iguatemi, reforça essa lógica. O espaço não funciona como vitrine expansiva, mas como extensão da linguagem da marca. É um gesto de quem entende o ponto físico como experiência silenciosa, não como palco.
Para Tamara Lorenzoni, estrategista de marcas com atuação internacional no mercado de luxo, o caso chama atenção justamente por entender códigos precisos do luxo. “O que diferencia a trajetória da Sasha é a escolha pela construção, não pela aceleração. Existe repertório, formação estética e uma leitura muito clara dos códigos do luxo. Isso não é comum especialmente em marcas tão jovens”, observa.
Segundo Tamara, a Mondepars nasce com algo que muitas marcas levam anos para alcançar: presença. “Luxo é ritmo. É saber quando avançar e quando sustentar. A marca já começa entendendo forma, tempo e coerência, o que indica um projeto pensado para durar”.
Há também um aspecto simbólico importante nesse movimento. “Quando uma mulher jovem ocupa o espaço do luxo com propriedade intelectual e sensibilidade cultural, ela desloca o imaginário do mercado e amplia o repertório coletivo”, afirma.
Em entrevistas e redes sociais, Sasha costuma citar mulheres que a inspiraram pela força e pela postura, e descreve a moda como seu meio mais honesto de expressão. Para Tamara, essa leitura dialoga com o momento atual do setor.
“O luxo deixou de premiar o barulho. Hoje, ele reconhece clareza, integridade estética e consistência. Marcas que sabem quem são não precisam se explicar demais”, conclui.
Ao integrar a Forbes Under 30, Sasha Meneghel consolida sua trajetória individual e se insere em um movimento mais amplo, no qual o luxo brasileiro começa a ser percebido como autoral, consistente e culturalmente relevante. Não como promessa, mas como presença. E isso, para o mercado global, é um sinal inequívoco de que o Brasil começa a ocupar a rota do luxo.


