Silvio Humberto denuncia discrepância no pagamento de artistas locais no Festival da Virada 2026
Vereador diz que prefeitura usa o slogan “Salvador Capital Afro para vender a cidade", mas privilegia artistas de fora

Foto: Reginjaldo Ipê / Câmara Municipal de Salvador
O vereador Silvio Humberto (PSB) utilizou redes sociais para denunciar a diferença no pagamento de artistas locais e de outros estados durante o Festival da Virada 2026, que acontece na capital baiana.
Em postagem feita no Instagram nesta segunda (29), o vereador afirma que a Prefeitura de Salvador utiliza o slogan "Salvador Capital Afro" para "vender a cidade", mas nas festas de fim de ano, privilegia os artistas de fora.
"Em novembro, o slogan é “Salvador Capital Afro”. Em dezembro, a máscara cai e a afroconveniência dá lugar ao privilégio de quem vem de fora. É apropriação cultural institucionalizada: usam nossa identidade para vender a cidade, mas destinam micharias do orçamento para quem faz a nossa cultura", escreveu o vereador.
No post, Silvio Humberto apresenta os valores ganhos por alguns artistas, como a dupla sertaneja Jorge e Mateus, que recebeu R$ 1 milhão, em comparativo a Edson Gomes e ao Olodum, que receberam R$ 160 mil e R$ 180 mil, respectivamente.
Os cachês dos artistas que compõem a grade de apresentações do Festival da Virada foram divulgados por meio do Diário Oficial do Município na última quinta-feira, dia 25 de dezembro.
Jorge e Mateus e Ivete Sangalo lideram a lista, com R$ 1 milhão cada. Em seguida aparecem DJ Alok, com R$ 850 mil, Simone Mendes, Nattan e Mari Fernandez, todos com R$ 800 mil. Pablo, Bell Marques, Matheus e Kauan e Natanzinho Lima recebem R$ 750 mil cada, enquanto Edson Gomes e a Banda Olodum receberam R$ 180 mil e R$ 160 mil respectivamente. Veja a lista completa.
"Como explicar que instituições e personalidades que são patrimônio vivo da Bahia, como o Olodum e Edson Gomes, recebam menos de 20% do valor pago a uma dupla de outro estado?! Não questiono o sucesso ou gosto pelo gênero musical de ninguém, e sim a responsabilidade social e o equilíbrio na aplicação da verba pública", diz.
Ele completa a denúncia destacando o sucesso da dupla sertaneja, que já é consolidada, e afirma que o soteropolitano se torna "figurante" em eventos da cidade.
"Eles já estão consolidados. Salvador não precisa financiar quem já é gigante às custas do sufocamento e apagamento do artista local", afirmou.
"Cultura é investimento, mas do jeito que está, o investimento só tem um destino: fora da Bahia. O evento público em Salvador está virando um evento de vitrine, onde o soteropolitano é apenas o figurante distante", completa.
Veja a publicação original de Silvio Humberto:


