Ex-assessora de Arthur Lira acumulou cargos na Caixa e na Codevasf

Órgãos controlados pelo Centrão permitiram remuneração extra e ampliação de influência política fora do Congresso

Por Da Redação
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Ex-assessora de Arthur Lira acumulou cargos na Caixa e na Codevasf

Foto: Reprodução

A ex-assessora especial do PP na Câmara dos Deputados e braço-direito do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, acumulou cargos em órgãos governamentais enquanto atuava no Congresso Nacional. Ela também era responsável pela organização e distribuição de emendas parlamentares.

Além do salário mensal de R$ 23.732,92 recebido da Câmara dos Deputados, Mariângela ocupou cargos em conselhos fiscais de estatais, o que garantiu remuneração adicional e ampliou sua influência política entre 2021, quando ingressou no Congresso, e abril deste ano, quando deixou o Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal.

O conselho da Caixa é responsável por fiscalizar os atos da administração do banco público, opinar sobre as prestações de contas e examinar demonstrações financeiras semestrais e anuais.

Além da Caixa, Mariângela também atuou no Conselho Fiscal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) entre 2020 e 2023, conforme informações do próprio órgão. A Codevasf é tradicionalmente comandada por indicações do Centrão e concentra grande volume de recursos oriundos de emendas parlamentares do Executivo.

Na sexta-feira (12), Mariângela foi alvo da Operação Transparência, deflagrada pela Polícia Federal. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O inquérito que embasou a operação contou com depoimentos de seis parlamentares. Segundo a Polícia Federal, as oitivas indicam que a ex-assessora integrava uma “estrutura organizada” voltada ao desvio de emendas parlamentares.

Em nota, a defesa de Mariângela afirmou que não houve “prática de nenhuma irregularidade funcional ou criminal”. Os advogados sustentam que ela é uma servidora técnica, com atuação em diferentes governos e conselhos fiscais de empresas públicas.

Ainda segundo a defesa, Mariângela era responsável apenas pela organização técnica das emendas parlamentares, seguindo decisões da Presidência da Câmara e do Colégio de Líderes, que reúne representantes de todos os partidos.



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